Fiz uns versos na modalidade do repente chamada Nos dez de queixo caído pra uma história de amor que se passa na região de Cavalcante (GO), terra das comunidades quilombolas dos Kalunga. Dei pro amigo Roberto Correa musicar, vai sair coisa bonita!
AMOR KALUNGA
oh, santinha abençoada
nossa senhora das neves
tu que em linha torta escreves
e por nós é tão louvada
na tua festa sagrada
um dia fiz um pedido
de pronto foi atendido
meu deus, eu nem merecia
tão nova, nada sabia
nos dez de queixo caído
o amor me veio de repente
leve como um passarinho
que um dado dia cedinho
deu um pio diferente
mais afinado, estridente
bem dolente e doído
vei bater no meu ouvido
e eu fiquei encucada
mole, boba e apaixonada
nos dez de queixo caído
um rapaz do Riachão
me sequestrou do meu peito
buliu comigo de um jeito
que eu não pude dizer não
dei a ele minha mão
e um coração derretido
flechou tão certo o cupido
que tantos anos depois
somos felizes os dois
nos dez de queixo caído