Natural de Brasília, Túlio Borges é cantor e compositor premiado em diversos festivais no Brasil. Em 2010, lança seu primeiro disco. O álbum Eu venho vagando no ar apresenta canções autorais e rende elogios de grande parte da crítica nacional, como Tárik de Souza e Zuza Homem de Mello, além do prêmio de melhor cantor independente pela Rádio Cultura de São Paulo e a nominação de um dos 50 melhores discos do ano pela Revista Manuscrita.

Em 2015, lança o álbum, Batente de Pau de Casarão. Dedicado à cidade pernambucana de São José do Egito, conhecida com capital da poesia, o disco é repleto de parcerias com poetas nordestinos, como Climério Ferreira (PI), Jessier Quirino (PB), Afonso Gadelha (PB) e José Chagas (MA). O trabalho é escolhido como um dos 3 melhores discos brasileiros do ano, pelo site Melhores da Música Brasileira.         

Produtor musical em diversos projetos, Túlio lança em 2017 o seu 3° álbum, Cutuca meu peito incutucável, exclusivamente sobre a paixão. Ainda em 2017, entra em estúdio com seu mais novo projeto O Maior beliscão do alicate, arranjado com inequívocas influências da música eletrônica, do rock alternativo e do jazz.                                           

 
Me fisgou no primeiro acorde, proporcionando-me uma viagem que me levaria a uma enxurrada de boas lembranças impregnadas no meu imaginário. Um dos melhores que ouvi nos últimos anos!
— Dery Nascimento, Metro News-SP, sobre o álbum 'Cutuca meu peito incutucável
Proponho aos ouvidos atentos prestarem bastante atenção ao trabalho musical de Túlio Borges. Depois a gente conversa.
— Zuza Homem de Mello
Delicadeza também combina com rebeldia. Um trabalho redondo, muito bem pensado. Se fosse há alguns anos, seria tomado como base da mpb de hoje. Bem vindo, futuro.
— Revista Manuscrita
Dono de perfeito domínio do texto e das ideias, um cancionista que chega pronto. Para dar uma noção prévia, eu diria que aqui e ali ele lembra Caetano Veloso e Chico Buarque. Não é pouca coisa.
— Jornal ABC, Porto Alegre
To say the album is festive and passionate would be an understatement. I have not been this excited about a forró album since I don’t know when.
— Egídio Leitão, musicabrasileira.org
Construtor de melodias inesperadas, criador de poesia calorosa, a música de Túlio Borges tudo harmoniza em suave cumplicidade, com cuidadosa feitura. Seu CD independente Eu Venho Vagando no Ar traduz com música os sentidos e os sentimentos que são seus, mas também são nossos.
— Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4
Merecia ser lançado em vinil, para fazer companhia aos discos dos bambas da MPB dos anos 1970 e 80.
— Kiko Ferreira, do Estado de Minas
De uma profundidade que não dispensa a leveza. É um trabalho que não pode passar despercebido.
— Luiz Fernando Vianna, da Folha de São Paulo
Traz aquele clima tropical de brasilidade e um repertório que pode se transformar na trilha sonora na vida de muitos.
— Revista Guitar Player

TÁRIK DE SOUZA

“Deixo que a brisa toque
o sino em mim no tempo
o vento sabe quando é tempo
e quando é silêncio entendo”

O tradutor brasiliense Túlio Borges cultua a musa como no tempo da delicadeza. “Nunca quis trabalhar com música com medo de perder o prazer de tocar”, confessa ele, que estréia, aos 29 anos, no belo e multifacetado disco “Eu venho vagando no ar”, após um longo namoro com a arte. Estudou piano na Escola de Música de Brasília, gravou jingles, integrou uma jazz band e um grupo vocal escolar quando morou nos EUA, onde excursionou e ganhou festivais. Embora compusesse desde a infância, só aos 23 anos, morando em Londres, começou a compilar a obra (tinha quase 40 canções) que gravaria na volta ao Brasil. Aqui, passou a participar de festivais e, dentre outros prêmios, ficou em primeiro lugar no Sesc de Brasília e em segundo na Semana da Canção Brasileira, em SP. Com seu primeiro CD, foi escolhido pela Rádio Cultura de São Paulo, o melhor cantor de 2010, entre as produções independentes.

Em um destes festivais conheceu a cantora carioca Vytória Rudan com quem passou a dividir o palco. No disco, ela é sua parceira tanto no sedutor samba “Paraty” (“Ela tem algo mais/ coisa que nada no mundo faz/ trazer paz pra um coração”), cevado por cuíca, tamborim e violão, quanto no fado/tango “Zorro” (“Eu quero amar você e vou/ mas tenho que aprender quem sou/ achar dentro de mim o mapa”), onde a dupla contracena no vocal de forma intensa.

Quem também divide o microfone com Túlio é D. Inácia, que o criou e trabalha com a família há 35 anos. “É na vida talvez quem mais tenha me influenciado”, analisa. “Era ela quem trazia o negro e o popular, o nordeste e as histórias para dentro de casa”, conta. Ela abre o disco com Túlio em “Pontos”, de domínio público; “músicas que eu a pegava cantando enquanto trabalhava, canções que ela nem sabia que sabia de cor, tão doces e melodiosas”. A piauiense D. Inácia Maria da Conceição sola no último dos pontos. “A idéia era gravá-los com acompanhamento que os valorizassem e que a gravação fosse um agradecimento em vida pela força que Dona Inácia me dá, tão simplesmente com um abraço e um beijo que limpam a alma de tão sinceros e puros”, define o solista.

“Eu venho vagando no ar” (título tirado de um dos pontos) aposta nesta pureza depurada pela urbanidade do talentoso Túlio. Como no abaionado “Trem”, aberto por uma percussão que imita este meio de transporte, e tem um trecho de voz projetada, versado como nas cantorias (“o fogão dos meus desejos fala/ é tão linda que a lindeza estala”). Do regional, Túlio salta ao universal na “jazzy” “Shirley”, profusão de imagens sensuais pontuadas pelo próprio violão do cantor e a guitarra de Genil Castro. Deste clima, ele salta para a não menos envolvente “Birosca”, um samba de cuíca, cavaco, clarineta, violões e o piano de Leandro Braga. “Não pode essa princesa/ da sandália e dos pés lindos demais/ da blusa tomara que caia/ repare o tamanho da saia/ e o estrago que ela faz”.

O samba, a urbanidade e o misticismo são as coisas nossas de “Altar”, pontilhada de imagens fluídas (“Tantos morros e só um Redentor”) e duetada com o compositor fluminense Fred Martins. “Há muito choro em mim/ por mil razões que eu sei/ e mais dez mil que herdei” soma “Toca aí”, etérea, no vocal sensível de Túlio, cerzida pelos violões de Rafael dos Anjos. Já a canção “Sua”, pavimentada pelas teclas do próprio autor em diálogo com as digressões do acordeon de Toninho Ferragutti, está entre as mais arrebatadoras do disco. A teia de palavras de “Cicatriz” (“que saudade me dói, devora/ as lembranças do outono outrora”) atada pelo piano de Leandro Braga, sublinha a comunhão do cantor/autor com sua arte (“as lembranças enramam raízes/ por toda parte”). O insinuante choro “Oi/ Rio demais”, onde dialogam inesperadas trompa (Yuri Zuvanov) e clarineta (Ademir Junior) com o pandeiro de Amoy Ribas (o mesmo que alicerçou a percussão dos iniciais “Pontos”), prepara o impacto devastador da faixa título, que finaliza o disco. Prefaciada por um pífano suspenso, a letra brilha como uma jóia reluzente, um manifesto deste novo artista singular:

“Deixo que a brisa toque
o sino em mim no tempo
o vento sabe quando é tempo
e quando é silêncio entendo”

Tárik de Souza
Jornalista e crítico musical
2010


Lançamentos - Folha de São Paulo

O brasiliense Túlio Borges estreia em CD, aos 29, já ostentando maturidade. Nos tradicionais "Pontos", que canta ao lado de dona Inácia, sua segunda mãe, nos simpáticos sambas "Birosca" e "Paraty", nas dilacerantes canções "Sua" e "Cicatriz" e, especialmente, em "Zorro" e "Shirley", sobra inteligência, além de uma profundidade que não dispensa a leveza. É um trabalho que não pode passar despercebido.

Avaliação: cotação máxima, 4 estrelas
Luiz Fernando Vianna
2010


Revista Guitar Player  - Áudio

Eis um disco rico em sons e arranjos. Túlio Borges é um cantor, compositor e intérprete de mão cheia e conta com um time de bons músicos de apoio. Os violões foram gravados, em sua maioria, por Rafael dos Anjos e Fernando César (sete-cordas). Eles garantiram passagens sublimes e levadas sem virtuosismo, sempre enfatizando a elegância da batida típica do violão brasileiro (exemplos: Birosca, Toca aí, Paraty, Ói/Morro de rir). A textura acústica é muito bem trabalhada junto aos demais instrumentos. Também gravaram violão Marcus Moraes (na bela Zorro) e o próprio Túlio Borges. Genil Castro reforçou as guitarras no arranjo da faixaShirley. Ficou ótimo! Eu venho vagando no ar soa como os bons discos da MPB que conhecemos. Traz aquele clima tropical de brasilidade e um repertório que pode se transformar na trilha sonora na vida de muitos. Por que não?

2010


Um dos 50 melhores álbuns brasileiros de 2010

Delicadeza também combina com rebeldia. Um trabalho redondo, muito bem pensado. Se fosse há alguns anos, seria tomado como base da mpb de hoje. Bem vindo, futuro.

Revista Manuscrita
2010


Túlio Borges, um talento

Lá vem vindo o menestrel dos desatinos. Vem montado em seu cavalo baio. Magia perambulando infinitos, sobrevoando tempos, pressentindo vidas. Lá vem o poeta avoando, cavalgando um sonho avoengo. Carrega nas mãos o cálice da amarga verdade. Voeja buscando semear boas ideias em terras sãs.

Ao vê-lo, uma mulher pergunta: “O que pretendes, senhor das noites?” “Deixo que a brisa toque”, ele responde. A mulher prossegue: “O que buscas, senhor dos dias?” “O sino em mim no tempo”, entoa o cantador. Um jovem se intromete: “Ora, mulher, deixe que o homem siga. Não vês que ele é doido?” “Doido só podes ser tu, meu jovem, que não vê arder no cantador a labareda do futuro e do passado”, retruca a mulher.

Interrompendo o seu passar, o menestrel murmura alegorias... A mulher vira-se para melhor ouvi-lo e vê que quem acabou de lhe dirigir a palavra é agora um vulto que vai distante, em meio a denso feixe de estrelas. Ela acena, numa entristecida despedida. (O moço de há muito tomou outro rumo.) O silêncio se fez mais dolorido do que a solidão. Voltando-se para a mulher, o menestrel lança sua chama derradeira: “O vento sabe quando é tempo, e quando é silêncio entendo”.
A mulher e o moço são, claro, mera ficção. Mas os versos que compõem a fala do menestrel/cantador (“Deixo que a brisa toque/ O sino em mim no tempo/ O vento sabe quando é tempo/ E quando é silêncio entendo”) são da música “Eu Venho Vagando no Ar” (Túlio Borges), que dá título ao primeiro CD deste cantor, poeta e compositor.

Borges fecha o CD com ela, cantando acompanhado apenas do violão de Rafael dos Anjos e do pífano de Davi Abreu. Rafael dedilha a introdução e segue junto com o pífano de Davi, prenunciando a profundidade do que cantará a voz aguda, firme e afinada de Túlio. Para abrir o disco, ele adaptou alguns “pontos” de domínio público que sempre ouviu D. Inácia (que o criou e trabalha com sua família há mais de 35 anos) cantar. Ela sola os versos que encerram a faixa. A percussão de Amoy Ribas realça a pueril candura de cada ponto, todos cantados doce e amorosamente por Túlio.

Em “Toca Aí” (Túlio Borges), o violão de Rafael dos Anjos é tocado de forma a deixar a letra fluir: “Toca aí uma canção pra eu cansar de ouvir/ Uma canção pra eu pensar em mim/ Pra eu calar e tentar me ouvir/ Vou fechar os olhos/ Se eu chorar, continua/ Há muito choro em mim/ Por mil razões que eu sei/ E mais dez mil que herdei”. Modestamente, eu respondo a cada um dos versos: “Ela está aí, cantador, nós a ouviremos até nos encantar. Nós nos calaremos, poeta, e o ouviremos enquanto o refletimos em nós. Acompanharemos seu choro e seguiremos, pois ele e mil porquês habitam também em nós.”

Construtor de melodias inesperadas, criador de poesia calorosa, a música de Túlio Borges tudo harmoniza em suave cumplicidade, com cuidadosa feitura. Seu CD independente Eu Venho Vagando no Ar traduz com música os sentidos e os sentimentos que são seus, mas também são nossos.

Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4
2010


Proponho aos ouvidos atentos prestarem bastante atenção ao trabalho musical do Túlio Borges. Depois a gente conversa.

Zuza Homem de Mello
Musicólogo e crítico de música


Um chuá de qualidade

Que nem um perfume caro, andava trancafiado, e, na primeira amostra, só esbanjou qualidade. Assim, ou quase assim, é a boa impressão que nos causa o disco "Eu venho vagando no ar" ? bem dizer, uma cacimba de verdade autônoma ? produzido, cantado e respirado pelo brasiliense Túlio Borges.

Músico, poeta, compositor e cantor de primeira plaina, Borges chega devagarzinho e já nos mata a sede de talento e bom intérprete na música brasileira. Poesia, virtuosismo, inovação, graça, refinamento e acima de tudo um toque benfazejo e de sonoridade rara, são itens salientes no trabalho do poeta, que, logo na capa, nos remete a um ventinho deflorador de madrugada.

E lá vem ele vagando no ar...

Jessier Quirino
Poeta
2010


O Túlio Borges tem a característica de articular bem as palavras, construir a melodia adequada e ainda colocar todos os pontos e vírgulas em favor das pausas musicais já no ato de compor, extraindo desta forma o bom humor das canções. Aliado à boa resolução das letras e melodias, a clareza e maturidade de sua obra deu respaldo necessário ao júri para a sua premiação no primeiro Festival da Semana da Canção Brasileira, em 2007. Na edição de 2008, o Festival passou a contemplar o conjunto da obra e, também nesta condição, o trabalho do Túlio pôde transparecer em toda sua coesão, o que o colocou entre os cinco finalistas da competição.

Dante Ozzetti
2010


A revelação de Túlio Borges

No encarte do disco Eu venho vagando no ar, escreve Zuza Homem de Mello: “Proponho aos ouvidos atentos prestarem bastante atenção ao trabalho musical de Túlio Borges. Depois a gente conversa.” Já neste primeiro álbum, Túlio se mostra um compositor que conhece a tradição brasileira, dono de perfeito domínio do texto e das ideias, um cancionista que chega pronto. Para dar uma noção prévia, eu diria que aqui e ali ele lembra Caetano Veloso e Chico Buarque. Não é pouca coisa.

Brasiliense, tradutor profissional, viveu nos EUA e na Inglaterra, aqui participou de alguns festivais. O CD começa com Pontos, adaptação de cantos do folclore afro-brasileiro, só vozes e percussão. Depois abre o leque para baião (Trem), fado (Zorro), um samba-canção com ares de jazz (Shirley), samba (Birosca), valsa-canção (Sua), choro (Ói/Morro de rir) e mais. Todas com tudo no lugar, ótimas letras, melodias ricas, delicadeza, humor sutil, voz incomum. Entre os músicos, dois especiais, o acordeonista Toninho Ferragutti e pianista Leandro Braga.

Jornal ABC
Porto Alegre
2010


Estreia de craque

Se ainda faz sentido ouvir um CD na ordem que o autor pensou para funcionar melhor, um destes motivos é Eu venho vagando no ar. Disco de estreia do jovem, de 29 anos, Túlio Borges, que é tradutor, morou nos Estados Unidos e Inglaterra, estudou piano na Escola de Música Brasileira, fez parte de grupo de jazz e coral de escola e gravou jingles.

Reticente em fazer da música modo de vida, ele só optou pela profissão há seis anos, quando morava em Londres e começou a reunir as cerca de 40 composições que havia feito ao longo da vida. Gravado entre 2007 e 2009, o disco tem 12 temas e pode ser baixado gratuitamente no site do compositor, www.tulioborges.com.br. Mas merecia ser lançado em vinil, para fazer companhia aos discos dos bambas da MPB dos anos 1970 e 80.

Com uma dicção de piano que faz lembrar Francis Hime e Cristóvão Bastos, e uma voz suave, mas firme, de canto quase falado, mas nunca monocórdio, ele construiu uma sonoridade de predominância acústica, parente do choro e do samba tradicionais. Sem forçar a barra para ser “de raiz”.

Aberto com Pontos, reunião de músicas de trabalho que aprendeu com Dona Inácia, que trabalhou com sua família por décadas e participa da faixa, o disco vai ganhando ao mesmo tempo corpo e leveza a cada faixa. As letras, das mais interessantes dessa safra recente da música brasileira, começam a chamar a atenção já na segunda faixa, o baião Trem, tratando de uma beleza que estala como fogão de lenha.

Já Shirley, de acento jazzy, fala de cheiros e tardes de rum barato “e música que não ouvi”, na melhor tradição de Aldir Blanc e Vitor Martins. Já no samba Birosca, o personagem finge que torce para que o vento não vente e levante a saia pequena de uma moça que já faz estrago na libido de quem frequenta o bar.

Túlio, que trabalha o lado feminino com competência buarquiana em Sua, faz um belo choro cantado em Oi/Morro de rir, destila bem a saudade em Paraty e Cicatriz e faz um gol de placa na faixa título, que encerra o CD: “Deixo que a brisa toque/ O sino em mim no tempo/ O vento sabe que é tempo/ E quando é silêncio entendo’’. Paulinho da Viola vai gostar.

Kiko Ferreira
Estado de Minas
2010


Forró and Poetry from the People

Batente de Pau de CasaraoA year or so after the release of Eu Venho Vagando no Ar, Túlio Borges began to work on his next project. That first album garnered the attention of critics all over Brazil as well as abroad. For example, Brazilian critic and musicologist Zuza Homen de Mello succinctly told his readers to “listen up carefully” to the work of this musician from Brasília. Then “we’ll talk about it.” And talk about is what everyone did! Another critic, Tárik de Souza, commended Túlio for his “meticulous work and perfect domain of texts and ideas.” That first CD gave Túlio Borges the recognition of Rádio Cultura de São Paulo’s 2010 Best Independent Singer, and the album also received a nomination for the Prêmio da Música Brasileira that year. MúsicaBrasileira.org also noted the precise articulation and melodiousness of crafty songs that Túlio presented us with that album.

Five years later, Túlio Borges comes back with a deeper look at the music of Northeast Brazil. Dedicated to the city of São José do Egito in the countryside of Pernambuco, Batente de Pau de Casarão is a worthy tribute to that city’s tradition of popular poetry. São José do Egito is known as the birthplace of Northeastern popular poetry and names such as Louro do Pajeú and Pinto do Monteiro. It is common belief that the city is full of popular poets. An old saying there says that if one is not a poet, he/she is crazy, and whoever is crazy in São José writes poetry.
This album began to take shape in 2012, when Túlio Borges traveled back to São José do Egito to take his father to revisit his homeland and old relatives. During a side trip to another town, Túlio’s cousin played a CD from a local artist known as Zeto. That did it for Túlio. The music moved him so much that he knew right there and then that he needed to prepare this album for release.

For Batente de Pau de Casarão,Túlio Borges worked with Jessier Quirino and Afonso Gadelha (both from the northeastern state of Paraíba) and Climério Ferreiro (from the northeastern state of Piauí). These artists wrote new music following the São José do Egito popular poetry tradition. The result is very pleasing and close to that São José tradition. Joining Túlio in this undertaking is a long roster of musicians with one sole purpose: show authentic regional music with quality performances. Produced byTúlio Borges, some of the musicians accompanying him include Rafael dos Anjos (acoustic guitar), Junior Ferreira (accordion), Pedro Vasconcellos (cavaquinho), Hamilton Pinheiro (bass), Valério Xavier (percussion and cavaquinho), Papete (percussion), Cacai Nunes (Brazilian viola), Victor Angeleas (mandolin), Davi Abreu (fife) and several others.Túlio Borges and musicians

In the opening track of the album, “Nanquim,” the lyrics help define the meaning of this work.Túlio Borges sings about the cantador (literally a singer, but in the northeast of Brazil the meaning is that of a popular song improviser) and his purpose in life: to sing about life, pain, farm land, the heat and everything in the hinterland of Brazil. These song lyrics are popular poetry and very simple. Take “Tu,” for example. It sings about how good you are using what life provides around your daily routine. You are better than the shade of ingazeira, sweeter than mango on a mango tree and a precious gem like no other. The use of local color is one defining characteristic of popular poetry in the Brazilian northeast. All of this simplicity and charm is accentuated with Junior Ferreira’s lively accordion solos and the entire band support.

Batente de Pau de Casarão takes you back to a simpler life and richer personal experiences. Without the need of electronic instruments, this acoustic album shines through from beginning to end. You were advised to “listen up carefully” to Túlio Borges. This album makes it worthwhile you did it!

http://musicabrasileira.org/
2015


The Art of the Word

Eu Venho Vagando no Ar
Once in a while an album lands in your hands and makes you wonder why more people do not take notice of it. Whether with its artful liner notes, the smooth singer’s voice and precise articulation or the lyricism and melodiousness of crafty songs, the album causes you to play it over and over and relish each new discovery. It is a surprising gift that keeps on giving and never loses its appeal. Such is Eu Venho Vagando no Ar, Túlio Borges’ debut album.

Born in Brasília (1980), Túlio Borges studied communications, law and psychology, but it was music the driving force in his life. An aficionado of Brazilian music as well as jazz and fado, Túlio’s love of music includes such exponents as Oscar Peterson, João Gilberto, Rosa Passos and other stellar MPB names. So, it is no wonder that his captivating vocals, songs and performances get you completely enthralled in his music. After a brief stay in Seattle in the mid- to late 1990s, Túlio returned to Brazil and has now produced and arranged this beautiful debut album. With amazing skills as a songwriter, Túlio takes us on an enjoyable journey through his music with folk chants, forró, samba, blues and even a fado.The music in Eu Venho Vagando no Ar is fascinating both melodically and lyrically.

Eu Venho Vagando no Ar features, among other musicians, Rafael do Anjos (acoustic guitar), Pedro Vasconcellos (cavaquinho), Leander Motta (percussion), Leandro Braga (piano) and Toninho Ferragutti (accordion). The opener, “Pontos,” is performed mostly a cappella except for some additional percussion accompaniment. The longing feeling in the lyrics is aptly expressed in Túlio’s rendition. One of the distinctive features of this album is how seamless one genre nicely flows into another. For example, “Trem” and its northeastern flavor (thanks to Ferragutti’s accordion) leads beautifully into “Zorro,” a fado, performed with Vytória Rudan, and that is followed with “Shirley,” a blues with an incredible guitar solo by Genil Castro.

One of my favorite songs in the album is “Birosca,” a nice samba that will inevitably make you think of Noel Rosa’s music. It’s like being at Vila Isabel, Noel’s neighborhood in Rio de Janeiro. In addition to Túlio’s performance, the arrangement and lyrics, Ademir Júnior’s clarinet solo completes this winning song. Then we have a love trilogy with “Sua,” “Paraty” and “Cicatriz.” The love ballad “Sua” is astounding. Túlio, on piano, gives soaring vocals with an unforgettable and melancholic accordion solo by Ferragutti. The nearly breathless love plea asking to be yours is beautifully heartfelt. The middle piece in this trilogy is “Paraty,” a declaration of love at first sight played in a soft samba. Rounding up the trilogy, “Cicatriz” brings back Leandro Braga on piano accompanying Túlio’s poetry. The saudade, the pain and the bare living are the scars left behind by one’s love.

Eu Venho Vagando no Ar is one of those precious findings that you will come back to several times. The music is beautifully produced and arranged. Túlio Borges gives us just the right tone in these unforgettable performances.
To learn more about the artist and this release, please visit Túlio Borges.

http://musicabrasileira.org/
2010